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15 Dec 2010

Ecoturismo deve ser sinónimo de conservação


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Entre as diferentes reflexões do seminário «Biodiversidade e Turismo», esteve o potencial das castas de uvas, enquanto elementos para valorizar o turismo e os territórios. No encontro, a 10 de Dezembro em Reguengos de Monsaraz, alertou-se ainda para um turismo capaz de contribuir para a preservação da biodiversidade.

Café Portugal | quarta-feira, 15 de Dezembro de 2010

«A palavra-chave em ecoturismo é conservação, preconizando-se uma visitação responsável a áreas naturais ou áreas com grande valor de naturalidade», afirmou António Pedro Santos, da Universidade de Évora.

O também membro do Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento e do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas adiantou que o ecoturismo responsável faz-se através de «visitas em grupos pequenos, havendo cuidados extremos e vigorando o princípio da responsabilidade individual, devendo sempre estabelecer-se a capacidade de suporte turístico em função da capacidade de suporte ecológico».

Na intervenção intitulada «Biodiversidade e Turismo», inserida no Seminário com o mesmo nome, António Pedro Santos adiantou que «o ecoturismo não deve colocar em causa a auto-regeneração dos ecossistemas. Assim, esta prática turística deve ser um contributo para preservar a biodiversidade, investindo em acções que contribuam para a recuperação de espécies ameaçadas».

O ecoturismo deverá igualmente constituir um factor de promoção de valores positivos associados à fauna, «como seja o valor recreativo, compensando dessas forma valores negativos que frequentemente lhe são atribuídos, por exemplo estragos em culturas e disseminação de doenças».

Desta apresentação sublinha-se, ainda, que a capacidade de auto-regeneração dos ecossistemas se consegue através minimização dos impactes, sensibilização dos visitantes para a conservação do ambiente e instituição de planos de monitorização de impactes ambientais.

O encontro serviu ainda para explicar os vários tipos de castas, questionando a audiência se «poderá esta variedade existente em Portugal ser também um atractivo turístico». Um repto lançado pelo professor Antero Martins, do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa.

A sua apresentação, «Biodiversidade e Viticultura», explicou que tem vindo a ser desenvolvido um trabalho de estudos das diferentes castas que existem no País. Este trabalho «de prospecção e conservação» pode servir, disse Antero Martins, «assegurar genes para o futuro, preservar os valores da natureza e afirmar a consciência ambiental do sector do vinho, criar imagem de ancestralidade para o vinho português e valorizar o território, rotas do vinho, turismo temático».

Carla Pinto Cruz, do departamento de Biologia da Universidade de Évora, falou sobre «Biodiversidade e Conservação: Charcos temporários mediterrânicos». A investigadora referiu que os charcos temporários se caracterizam por «serem zonas húmidas de água doce parada, alternam entre fase inundada e fase seca, a efemeridade da presença de água impede o estabelecimento de espécies aquáticas, o encharcamento durante a época de crescimento impede a colonização por espécies terrestres e são áreas importantes para a alimentação e reprodução de diferentes grupos faunísticos».

Assegurar a conservação destes charcos é essencial porque eles «constituem um «elevado valor biológico, devido à diversidade específica que possuem, albergam espécies pouco vulgares e endémicas e são habitat fundamental para diversos grupos, tais como anfíbios e macro-invertebrados».

O seminário foi organizado pelo Centro Local de Aprendizagem da Universidade Aberta de Reguengos de Monsaraz, em parceria com a Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz.

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