Alojamento alternativo - Alternative accomodation - Anders logeren

29 Dec 2010

A arte de descortiçar

http://www.youtube.com/watch?v=S6tCxOhyHCo&feature=related

Filme de divulgação da APCOR, 2007

Turismo para recreio em espaços silvestres

http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=10&cid=23592&bl=1&viewall=true#Go_1
Por Nuno Leitão, Naturlink

Perspectiva ecológica do uso dos espaços silvestres para recreio. Uma breve reflexão sobre os impactos e a gestão do turismo na natureza.

As actividades de recreio em espaços silvestres são, de uma forma geral, causadoras de perturbações no meio em causa, mas os impactos resultantes de cada actividade poderão diferir em maior ou menor grau. Potencialmente e de forma interrelacionada, estas actividades, afectam o solo, a vegetação, os animais e a água, podendo algumas actividades afectar a componente geológica e o ar. Os impactos não ocorrem de forma isolada, actividades específicas podem ter efeitos múltiplos, e desta forma as soluções de gestão não se poderão cingir a um único efeito, uma vez que a solução de um problema poderá ser a causa de outros consequentes.

O impacto nos solos resultantes do pisoteio inicia-se com a destruição de horizontes orgânicos e por compactação. Estes impactos vão alterar características básicas dos solos como o arejamento, temperatura, infiltração de água e concentração de nutrientes, tendo consequências na vida que se apoia no solo como substrato, como sejam a maioria das plantas terrestres e a fauna do solo, e implicando consequências secundárias em toda a vida que depende dos primeiros. O próprio solo será alvo de consequências secundárias, com a diminuição de organismos vivos que lhe possibilitariam uma melhor estrutura. Estes efeitos são facilmente notados em locais de campismo, devido principalmente à compactação que origina.

A diminuição da taxa de infiltração de água, determina um maior escoamento superficial das águas da chuva, que leva à erosão do solo (refira-se que na nossa região a erosão hídrica é muito significativa, ao contrário da erosão eólica). A erosão do solo pode ser severa a ponto de este se perder em determinados locais, ficando a descoberto a rocha mãe. Estes efeitos acentuados da erosão hídrica do solo, são muitas vezes evidentes em caminhos de veículos com o solo muito compactado. Note-se que em caminhos florestais, em florestas fechadas, a erosão acentuada nesses troços deve-se também à estrutura proporcionada pelas árvores. Estas levam à concentração das águas de escoamento nos locais sem coberto florestal, nomeadamente nos caminhos, erosionando-os, erosão essa que é agravada pela compactação do solo nesses locais.

 O pisoteio ou outros factores resultantes das actividades de recreio afectam também, directamente, a vegetação. Estas actividades diminuem o coberto vegetal, a sua capacidade reprodutiva e a sua taxa de crescimento. Nas árvores, em particular, estes impactos poderão alterar a estrutura etária dos povoamentos, quando implicam uma diminuição acentuada do processo reprodutivo. As árvores são também sujeitas a acções que lhes provocam lesões, levando à diminuição da sua resistência a agentes físicos e bióticos.

A perda da vegetação tem, por sua vez, efeitos no solo, como sejam a perda de matéria orgânica, com todos os seus efeitos na estrutura e fertilidade do solo, a perda de protecção contra a erosão hídrica, e a perda radicular também essencial para a estrutura do solo.

Quando falamos das alterações da vegetação estamos também a referir as alterações do habitat dos animais. Para os animais maiores, os impactos directos, podem ser muito significativos, nomeadamente em situações de diminuição da reprodução, como os casos das aves que abandonam os seus locais de nidificação. Registam-se, por outro lado, adaptações alimentares como a recorrência a depósitos de lixo por parte dos animais, o que pode levar a crescimento populacionais indesejáveis de espécies oportunistas, como as gaivotas ou mesmo raposas.

As alterações de habitat, desencadeiam consequências tanto para os animais de maior porte como para os animais mais pequenos como os insectos que dependem da matéria orgânica depositada no solo. Muitos destes animais, desempenham um papel fundamental com os seus efeitos no solo e na vegetação, pela posição que ocupam nos ciclos de nutrientes e de energia no ecossistema.

A qualidade da água poderá ser reduzida com aumentos de deposição de nutrientes ou mesmo poluentes, podendo-se verificar situações de eutrofização das massas de água. A erosão dos solos, poderá levar a aumentos consideráveis da sedimentação, e pode mesmo ocorrer, em locais de recreio, uma contaminação patogénica resultante de desperdícios impropriamente depositados. As águas eutrofizadas com menores quantidades de oxigénio dissolvido, apresentam uma comunidade biológica bastante alterada e pouco atractiva para o visitante.

Uma vez considerada a importância ecológica dos impactos resultantes das actividades de recreio, pode-se ficar com a noção de que mais valeria a pena manter as áreas silvestres sem uso turístico. Esta posição demonstra-se, no entanto, irreal e pouco interessante. O turismo é, e cada vez tende a ser mais, uma indústria poderosa que pode ser o garante económico dos ecossistemas que se pretende conservar, assim como o pretexto para criação ou recuperação de novas zonas silvestres. Do ponto de vista ecológico, estes impactos podem perder o seu significado aparentemente catastrófico, porque podem ser medidos e minimizados. Conforme os objectivos pretendidos, poder-se-ão estabelecer quais as alterações do meio que são positivas e quais as que são negativas, estabelecendo uma estratégia de exploração turística sustentada das áreas em causa.

A gestão dos espaços silvestres, terá de ser direccionada para o encontro de equilíbrios, de forma a que os impactos sejam minimizados, onde as pessoas, enquanto visitantes, são parte do ecossistema. É necessário que quem gere as áreas sujeitas a procura turística de natureza não "mate a galinha dos ovos de ouro", levando à degradação desses locais por excesso de uso, o que levaria, por sua vez, à diminuição da sua procura. Por exemplo, passeios pedestres em zonas sensíveis de dunas podem levar à degradação da vegetação e das próprias dunas, se não forem construídas passadeiras e se evite que as pessoas se desloquem erraticamente. É fundamental uma atitude atenta, que corrija eventuais excessos e que sejam garantidas as infraestruturas indispensáveis para minimizar impactos negativos, caso contrário podem ser as pessoas que amam a natureza a principal causa da sua degradação.

28 Dec 2010

Turismo do Algarve com orçamento de €8,9 milhões em 2011

Conceição Antunes (www.expresso.pt)
15:22 Quinta feira, 16 de Dezembro de 2010

O orçamento do Turismo do Algarve para 2011 já foi aprovado, contando a região com mais de €8,9 milhões para se promover como destino de férias.
Este orçamento já inclui a verba destinada à edição de 2011 do programa de eventos "Allgarve", que no próximo ano contará com mais de €2,3 milhões.
Uma das novidades na calha é a candidatura da região a destino-anfitrião em 2012 de um dos eventos mais emblemáticos na área do golfe, o International Golf Travel Market, que este ano decorreu em Londres. Será uma candidatura conjunta da Entidade Regional do Turismo do Algarve e da ATA (Associação do Turismo do Algarve)".
Recuperar o "conceito do mercado interno alargado" é outra das apostas do Turismo do Algarve através da dinamização das iniciativas em Espanha.
"O ano de 2011 poderá ser o maior desafio à atuação do Turismo do Algarve", considera Nuno Aires, presidente da Entidade Regional do Turismo do Algarve. "Por isso sabemos que o mercado interno voltará a ser decisivo para a atividade turística e continuaremos, com este orçamento, a aposta na valorização e exploração de novos produtos, como o turismo acessível, cultural e de natureza".

15 Dec 2010

Ecoturismo deve ser sinónimo de conservação


http://networkedblogs.com/bReLn

Entre as diferentes reflexões do seminário «Biodiversidade e Turismo», esteve o potencial das castas de uvas, enquanto elementos para valorizar o turismo e os territórios. No encontro, a 10 de Dezembro em Reguengos de Monsaraz, alertou-se ainda para um turismo capaz de contribuir para a preservação da biodiversidade.

Café Portugal | quarta-feira, 15 de Dezembro de 2010

«A palavra-chave em ecoturismo é conservação, preconizando-se uma visitação responsável a áreas naturais ou áreas com grande valor de naturalidade», afirmou António Pedro Santos, da Universidade de Évora.

O também membro do Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento e do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas adiantou que o ecoturismo responsável faz-se através de «visitas em grupos pequenos, havendo cuidados extremos e vigorando o princípio da responsabilidade individual, devendo sempre estabelecer-se a capacidade de suporte turístico em função da capacidade de suporte ecológico».

Na intervenção intitulada «Biodiversidade e Turismo», inserida no Seminário com o mesmo nome, António Pedro Santos adiantou que «o ecoturismo não deve colocar em causa a auto-regeneração dos ecossistemas. Assim, esta prática turística deve ser um contributo para preservar a biodiversidade, investindo em acções que contribuam para a recuperação de espécies ameaçadas».

O ecoturismo deverá igualmente constituir um factor de promoção de valores positivos associados à fauna, «como seja o valor recreativo, compensando dessas forma valores negativos que frequentemente lhe são atribuídos, por exemplo estragos em culturas e disseminação de doenças».

Desta apresentação sublinha-se, ainda, que a capacidade de auto-regeneração dos ecossistemas se consegue através minimização dos impactes, sensibilização dos visitantes para a conservação do ambiente e instituição de planos de monitorização de impactes ambientais.

O encontro serviu ainda para explicar os vários tipos de castas, questionando a audiência se «poderá esta variedade existente em Portugal ser também um atractivo turístico». Um repto lançado pelo professor Antero Martins, do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa.

A sua apresentação, «Biodiversidade e Viticultura», explicou que tem vindo a ser desenvolvido um trabalho de estudos das diferentes castas que existem no País. Este trabalho «de prospecção e conservação» pode servir, disse Antero Martins, «assegurar genes para o futuro, preservar os valores da natureza e afirmar a consciência ambiental do sector do vinho, criar imagem de ancestralidade para o vinho português e valorizar o território, rotas do vinho, turismo temático».

Carla Pinto Cruz, do departamento de Biologia da Universidade de Évora, falou sobre «Biodiversidade e Conservação: Charcos temporários mediterrânicos». A investigadora referiu que os charcos temporários se caracterizam por «serem zonas húmidas de água doce parada, alternam entre fase inundada e fase seca, a efemeridade da presença de água impede o estabelecimento de espécies aquáticas, o encharcamento durante a época de crescimento impede a colonização por espécies terrestres e são áreas importantes para a alimentação e reprodução de diferentes grupos faunísticos».

Assegurar a conservação destes charcos é essencial porque eles «constituem um «elevado valor biológico, devido à diversidade específica que possuem, albergam espécies pouco vulgares e endémicas e são habitat fundamental para diversos grupos, tais como anfíbios e macro-invertebrados».

O seminário foi organizado pelo Centro Local de Aprendizagem da Universidade Aberta de Reguengos de Monsaraz, em parceria com a Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz.